Vigias noturnos assistem o melhor da TV aberta

Assistir Game of Thrones é bom, mas vc já experimentou assistir a programação religiosa da madruga? Mano leitor, é cada capiroto contorcionista com a voz mais grossa que a do Jabba the Hutt. Vários games que apenas esperam uma ligação, a ligação que dará um prêmio de R$10.000,00 ao sortudo telespectador que adivinhar a palavra secreta. E ainda não me conformo de não passarem mais os filmes do Cine Band. Mas não é a isso que estou me referindo.
Eu tenho o costume de dormir tarde, quer seja por estar vendo TV,  jogando videogame, ou mesmo por conta das noites em claro por causa de trabalhos na época da faculdade. E depois de várias dessas noites, percebi o quanto era bom o que era transmitido, levando em consideração os canais Globo e SBT. A primeira pelos filmes e a segunda pelas séries e ambas por seus Talkshows.
Os seriados que o SBT exibe nas madrugadas de sábado são clássicos, e não só de comédia, mas policialescos, de terror. Alguns que fazem falta até na Netflix. Quem não gostaria de ver “Supernatural”, “Arrow”, “Two and a Half Men”, “Cold Case” ou “Arnold” em um horário melhor?
Um acerto que foi feito pela emissora do Roberto Marinho foi trocar o horário do programa “Altas Horas” que amargou por mais de dez anos sendo exibido depois do “Supercine” que vivia passando filmes de suspense e de assassinos de jovens e famílias. No formato de programa de auditório, Sérginho Groisman semanalmente traz convidados e atrações musicais de calibre, além debater assuntos que são importantes para o jovem como sexualidade, drogas, bulling, preconceito, entre outros. Há 17 anos vem animando as madrugadas da Globo com a sua vida inteligente.
Agora, o que ainda não me entra na cabeça é o motivo da Globo reservar os seus melhores filmes para serem exibidos no “Corujão”. Nesse programa já vi filmaços, sucesso de crítica e bilheteria, dentre eles “Cidade de Deus”, “Cine Holliúduy”, “Laurence da Arábia” e “Mamma Mia!”. Eu coloco minha mão no fogo que se houvesse uma mudança no catálogo de filmes,  certamente, aquela parcela de espectadores que a TV aberta está perdendo para os serviços de streaming seria menor.
Rapidamente você pode me dizer que eles fazem isso de propósito, para que as assinaturas de pacotes “Telecine” batam no teto (em quantidade e valor). Mas uma das principais reclamações dos clientes é a falta de opções, já que, as vezes o mesmo mesmo filme chega ser reprisado até três vezes no mesmo dia por canais diferentes. Quem aí se lembra da onda de ”Velozes e Furiosos”?
E outra, a maioria dos usuários de TV a cabo preferem a programação de séries, documentários, programas de decoração e gastronomia e canais de esporte, não de filmes.
Ainda não sei o real motivo, mas esses canais estão perdendo a oportunidade de poder reverter a imagem que foi construída sobre a televisão brasileira, que prefere reprisar pela segunda vez aquela novela mexicana da década de 90, aquela fofocaiada de famosos, ou aqueles sangrentos programas policiais do que investir numa programação que realmente valha a pena. Só sei que não vou culpar totalmente as emissoras, porque sei que boa parte da culpa está na galera do controle remoto, infelizmente.
Nota: na madrugada seguinte a postagem (15) dessa matéria a globo exibiu o filme “Central do Brasil” no Corujão.

Comentários

Postagens mais visitadas