Battlefield 1 joga a realidade na tua cara logo no prólogo

 
E não estou falando dos gráficos belíssimos, com cenários muito bem ambientados, cenas aéreas de tirar o fôlego. Muitas vezes parava para ver a textura das armas, até o reflexo da poça de lama me chamava a atenção.
Independente do produto que você esteja consumindo, seja um filme, um programa, um livro, um panfleto, ou mesmo um jogo, quanto mais imersivo ele for, mais você pensará, ou refletirá sobre ele. Seria necessário um determinado tempo para acontecer esse link. O tempo pode variar, se for um livro, pode ser depois de duas horas de leitura, um filme, 30 minutos.
Battlefield One me deu um baita soco no estômago em menos de 4 minutos. Antes de começar o gameplay aparece a seguinte mensagem:
‘O que virá é o combate na linha de frente
Ninguém espera que você sobreviva’
Assumimos o comando de um soldado que está defendendo sua posição, ele está no meio de um mar de lama, corpos e escombros. Se defendendo de uma horda de inimigos, à medida que você é acertado, a câmera começa a ficar lenta, os comandos não respondem, a visão escurece e aparece o nome do soldado e a data de nascimento e morte. Só que ao invés de voltar a comandar aquele soldado, você é direcionado para outro lugar da frente de batalha para comandar outro soldado, que também morre, repetindo o processo, de novo, de novo e de novo.
Isso me deixou numa bad, porque eles morreram por minha culpa e não vão mais voltar. Foi uma sensação horrível. Lembrei da mensagem antes do prólogo, e de fato não sobrevivemos. Isso é guerra, não é Rambo, não é adrenalina, não é videogame, sem glamour.
Apesar de ser chocante, é incrível esse lance de mostrar de um jeito mais cru e sem heroísmo o que seriam os combates em fronts. Pois não há nada de heroico na guerra, apenas dor e morte. Aposto que qualquer um que perdeu a sua vida em qualquer combate daria tudo por um checkpoint.
Já disse o quanto essa frase do prólogo mexeu comigo?
“Ninguém espera que você sobreviva.”
O que viria de novo nisso? Se morrermos, voltamos no último checkpoint, ou na pior das hipóteses, para o início da fase. Mas não hoje, não nesse prólogo de BF1.

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